A FÓRMULA DA ORAÇÃO

A oração é uma das coisas mais importantes da nossa vida. Ela é o recurso que temos nos momentos difíceis e dela todos os seres humanos fazem uso.

 

Apesar de tudo o que a oração é e representa para o cristão, são poucos os que sabem fazê-la. Quando os discípulos de Jesus viram que Ele obtinha sucesso em todas as suas orações, chegaram-se a Ele, e Lhe pediram que os ensinasse a orar. Certamente que existe uma maneira correta de fazer aquilo que Deus considera como oração. Os heróis da fé sabiam fazê-la, e, por isso, venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam a boca dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram e puseram em fuga exércitos de estrangeiros. Sim, tudo isto e muito mais conseguiram, porque sabiam fazer aquilo que pelo Senhor é considerado como oração.

 

E você, já sabe fazer a oração que move a mão do Senhor e faz com que o poder celestial opere em seu favor? Há muita coisa boa esperando por você. Aprenda a fazer a oração da fé e passe a desfrutar do melhor desta vida.

 

Não vamos, nesta lição, estudar todos os tipos de orações, mas a fórmula da oração que devemos fazer para vencermos os males. Existe tal fórmula?

 

Sim. No livro de Isaías 43.26, está escrito:

 

Procura lembrar-me; entremos em juízo juntamente; apresenta as tuas razões, para que te possa justificar.

 

Temos aí nesta declaração de Isaías a fórmula da oração que nos fará vitoriosos.

 

1a—PROCURA LEMBRAR-ME

 

Ao entrarmos na presença do Senhor, devemos fazê-Lo saber que estamos ali porque somos Seus filhos, porque a Palavra dEle nos garante a bênção e porque acreditamos que Ele é poderoso para nos conceder a graça. Se quisermos ser atendidos em nossa petição, temos que entrar em Sua santa presença, lembrando-O de tudo aquilo que a Sua Palavra nos promete e garante nos pertencer.

 

Alguém poderá perguntar se Deus é esquecido. Poderá questionar que — desde que Ele é onisciente — Ele sabe tudo e, por isso, não precisamos lembrá-Lo. Ainda poderá argumentar que o próprio Senhor Jesus ensinou que o Pai sabe do que precisamos antes de Lhe pedirmos a bênção, pois foi assim que Jesus ensinou: ...porque vosso Pai sabe o que vos é necessário antes de vós lho pedirdes (Mt 6.8).

 

Não é que o Senhor tenha estes ou quaisquer outros problemas, nem que existam contradições na Bíblia Sagrada. Isto nada tem a ver com o ensinamento de Jesus que acabamos de ver. O que realmente o Senhor quer dizer por lembrar-me, é o seguinte:

 

Quando vamos orar, nem sempre estamos desligados das coisas materiais que nos cercam. Muitas vezes, estamos tão rodea­dos pêlos problemas que não conseguimos nos concentrar, nos ligar em Deus, e a nossa oração fica vazia e destituída de fé, poder e autoridade e, por conseguinte, não recebemos o que pedimos ou determinamos.

 

Quando começamos a orar lembrando ao Senhor as Suas promessas, estamos na verdade fazendo mais bem a nós do que propriamente lembrando a Deus. Estamos como que "escovando" o nosso espírito, "lustrando" a nossa verdadeira pessoa — o nosso espírito. Ao lembrar ao Senhor tudo aquilo que nós conhecemos e cremos na Sua Palavra, estamos verdadeiramente de novo, ou pela primeira vez, dando ouvidos à Palavra de Deus; sabemos que é por dar ouvidos à Palavra que a fé vem ao nosso coração. Então, estamos fazendo, na verdade, um bem infinitamente maior à nossa própria pessoa.

 

Aqueles que usam este método sabem que isto é verdade, pois Deus não precisa de que nós O lembremos para que Ele próprio fique ciente de que nos havia prometido aquela bênção.

 

2° — ENTREMOS EM JUÍZO JUNTAMENTE

 

A oração é um julgamento. Uma batalha. Uma guerra. Ao entrarmos em oração, devemos fazê-la lembrando que estamos verdadeiramente entrando para decidir uma situação.

 

Deus diz que devemos entrar em juízo. Ninguém entra em juízo de qualquer maneira. Se levamos alguém a juízo, ou se somos levados por alguém, devemos nos preparar para a batalha. Certamente o nosso adversário vai usar de todos os meios e métodos imagináveis para ter vitória sobre nós. E nem sempre quem tem direito é quem ganha, mas sim quem consegue "provar" a sua "inocência" ou "razão". Precisamos, então, nos preparar para entrarmos em juízo, e isto nos leva de volta ao primeiro passo que é o de lembrá-Lo.

 

Após termos "lembrado" ao Senhor, devemos entrar juntamente com Ele em juízo. Não podemos ir sozinhos nem tão pouco pedir a Deus que Ele vá por nós. Ele diz que temos que ir juntamente. A batalha é nossa e não do Senhor, e temos que fazer com Ele a nossa defesa e o nosso ataque.

 

Isso é certeza de vitória. Quando e onde foi registrado que Deus tenha perdido uma só batalha? Isto é simplesmente impossível de acontecer.

 

Entrar juntamente com o Senhor no julgamento é encontrar aquela promessa ou declaração que Ele faz a respeito da nossa posição diante daquela situação; e então, destemidamente, iniciar a oração, especificando o motivo dela - logicamente que usando o Nome de Jesus — e partir para cima do adversário, exigindo que ele e tudo o que é dele saiam de nossa vida, família e propriedade.

 

3° — APRESENTA AS TUAS RAZOES

 

Depois de termos lembrado ao Senhor o que somos e o que sabemos ser nosso direito, e de termos entrado juntamente com Ele em juízo, precisamos apresentar as nossas razões. Apresentar as nossas razões é fazer o mesmo que fazem os advogados quando estão defendendo alguém. Devemos conhecer o direito que a Palavra de Deus declara ser nosso, e aí, diante do Tribunal Supremo do Universo, que é a própria Palavra, erguer a nossa voz e não aceitar nenhum veredicto a não ser aquele que determinamos. Nesta hora, devemos ficar bem acordados e alerta, pois o inimigo vai tentar de todas as formas nos ludibriar. Às vezes, ele vem bem de mansinho, tentando passar-se pelo Senhor. Ele insinua que nós não merecemos as bênçãos, como se elas nos fossem dadas por merecimentos; e, se não conhecemos os meios pêlos quais elas nos são concedidas - pela graça, mediante a fé - nós podemos ser convencidos de que realmente não merecemos nada e aí teremos perdido tudo.

 

Como o demônio gosta de que vivamos na ignorância, que sejamos preguiçosos nas coisas espirituais e que não aprendamos aquilo que é nosso! Só assim ele poderá, na hora da nossa oração-julgamento, vir com as suas desculpas esfarrapadas e nos ludibriar. Muitas vezes, ele traz à memória um pecado que havíamos cometido há muito tempo, do qual já nos arrependemos, e, portanto, ele nem mais existe na memória do Senhor. Mas, por não estarmos afiados na Palavra, esquecemos que pecado confessado é pecado inexistente e, então, nos colocamos a confessá-lo de novo, assumindo uma posição de responsáveis por algo que já nem mais existe.

Veja bem a importância de conhecermos os nossos direitos, pois, a pessoa que não os conhece será facilmente enganada pelo maligno. Ela não terá condições de apresentar as suas razões e, assim, não conseguirá pleitear a sua causa, perdendo conseqüentemente a batalha. Lembre-se da lição n° 3, em que estudamos que direito não reclamado é direito inexistente. Você tem direito à bênção. O Senhor Jesus já venceu o diabo por você. Ele já levou as suas doenças para que você não tivesse que levá-las. A Bíblia garante que você é mais do que vencedor. Mas, se você não conhece as declarações da Bíblia que falam da sua posição diante de Deus, você não poderá apresentá-las no julgamento, e certamente ficará sem receber o cumprimento delas.

 

Quando estamos cientes dos nossos direitos - e isto podemos estar não pelo que desejamos, mas unicamente pelo que a Palavra de Deus afirma —, podemos estar certos de que aquilo que a Bíblia diz ser nosso é o que teremos; Deus não colocou qualquer declaração nas Escrituras só para enfeitá-las. Elas foram colocadas para que pudéssemos ter vida, e vida com abundância.

 

4° — PARA QUE TE POSSAS JUSTIFICAR

 

Aqui está claro que Deus não quer que brinquemos de oração nem que sejamos derrotados ao orar. O propósito da oração é que sejamos justificados, o que na linguagem bíblica significa: a vitória na oração.

 

Só mesmo alguém que desconhece a sua posição em Cristo e os seus direitos na presença de Deus será capaz de fracassar nas batalhas espirituais - tanto pelas bênçãos espirituais quanto físicas ou materiais.

 

Justificação é um termo próprio da justiça que significa não somente absolver, mas declarar alguém justo, como se esse jamais houvesse pecado em toda a sua vida. A justificação inclui mais do que o perdão dos pecados e a remoção da condenação, pois, no ato da justificação, Deus coloca o ofensor na posição de justo. O presidente da República, por ocasião do natal ou ano novo, pode indultar (perdoar) o criminoso; não pode, porém, reintegrá-lo na posição daquele que nunca desrespeitou a lei.

 

Ora, sem a justificação, que vem pela fé, jamais teremos paz com Deus. Se não tivermos paz com Ele, podemos esquecer: jamais seremos abençoados. Mas, graças a Deus que isso é possível. É para isso que Ele nos convida.

Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.  (RM 5.1).